Paixão cruel - Três semanas em atenas. Janette Kenny
Читать онлайн книгу.aproximou-se da parte mais profunda e atirou-se de cabeça. Embora estivesse cansada, começou a nadar, com uns movimentos monótonos e controlados com que tentou apagar a imagem de André da sua mente.
André observava o monitor, excitado com a mulher de corpo esbelto e atlético que percorria várias vezes a sua piscina olímpica. Não parara para estudar o seu corpo com imparcialidade. Se o tivesse feito, teria percebido que tinha um corpo de atleta.
O fato-de-banho elegante fora desenhado para minimizar a resistência da água e colava-se ao corpo feminino sem deixar nada à imaginação. Embora ele não tivesse de adivinhar o que havia por baixo.
Recordava cada centímetro da sua pele, cada curva do seu corpo e não conseguiu evitar a forte reacção do seu sexo enquanto a observava a deslizar elegantemente pela água várias vezes. Era como uma ninfa marinha a seduzi-lo com cada movimento, a convidá-lo a aproximar-se. Provavelmente, esse era o seu plano, voltar a seduzi-lo, contudo, dessa vez, ele estava preparado. Dessa vez, usaria o desejo feminino contra ela. Dessa vez, daria a volta ao jogo.
Ele era um tubarão, enquanto ela era um golfinho elegante, esbelto, veloz e muito desejável. Ardiloso também?
Levantou-se da cadeira e saiu do quarto, com apenas uns calções de ganga, com os pés e o peito tão nus como a sua excitação.
Com a ajuda de Bellamy, Kira conseguira derrubar as suas defesas. O desejo que sentia por ela tivera mais poder do que o seu controlo e as suas defesas. Nunca se sentira tão atraído por uma mulher.
Mas não voltaria a cometer o mesmo erro. Dessa vez, conhecia muito bem as suas intenções.
Quando acabasse com ela, Kira Montgomery estaria economicamente arruinada e emocionalmente humilhada. Quanto ao seu amante, ele ocupar-se-ia de deixar Peter Bellamy sem a sua fortuna e sem o seu império.
Só então é que a sua vingança seria completa.
Kira sentiu a mudança na pressão da água atrás dela e soube que não estava sozinha.
Alguém se atirara para a piscina e abria caminho sob a água. André?
A ideia de ele estar na piscina toldava-lhe os sentidos. Tinha de ser ele, porque até a água estava carregada de uma energia nova e poderosa.
O seu coração acelerou e começou a nadar mais depressa, decidida a não deixar que André a alcançasse.
Ganhando forças, Kira continuou a nadar à mesma velocidade, concentrando-se em alcançar a beira antes dele.
Tinha de sair da água. Para o enfrentar, tinha de estar em terra firme.
Nadar esclarecera a sua cabeça e alegrava-se por não lhe ter contado a verdade. André estava demasiado furioso para poder raciocinar com ela, demasiado decidido a seduzi-la por algum plano estranho de vingança. Não era o momento de tentar falar com ele sobre o futuro.
Haveria tempo mais adiante para lhe explicar tudo. Ela conseguiria fazê-lo e conseguiria fazê-lo entender que não participara nos planos de Peter Bellamy. Que ela era tão vítima das suas maquinações como ele.
Que, apesar do confronto entre os Bellamy e ele, entre os dois tinham criado algo bonito e que tinham a oportunidade de um futuro maravilhoso.
Mas não era o momento de falar disso. Estava cansada e não se sentia com forças para o enfrentar.
Esperaria até ao dia seguinte.
Mexendo os braços na água com precisão, continuou a avançar, ignorando o ardor dos ombros, a tensão das coxas e a pressão dos pulmões.
À frente dela apareceram os azulejos intrincados do extremo da piscina, em tons vermelhos, azuis e amarelos, cada vez mais intensos. Já quase chegara. Quase.
No entanto, sentiu a pressão da água a empurrá-la por baixo e, em pânico, percebeu que estava prestes a colidir com ele. Um enorme tubarão branco a persegui-la, a preparar-se para o ataque.
Alguns segundos depois, sentiu o corpo masculino e potente a elevar-se do fundo, deslocando a água e segurando-a pela cintura. Sem poder fazer nada, sentiu umas mãos fortes que a elevavam para fora da água.
A brisa nocturna sussurrou por um momento sobre a sua pele e apoiou-lhe as duas mãos no peito para o empurrar, contudo, o desejo descarnado reflectido nos olhos masculinos parou-a.
André sorriu, arrogante e irresistível, e, em seguida, beijou-a. Kira rendeu-se com um gemido.
Juntos caíram novamente à água. André segurou-lhe o pescoço com a mão e, juntos, mergulharam sob a água, sem se afastarem, intensificando o beijo cada vez mais.
Ele era a sua âncora e a sua perdição e, como em vezes anteriores, Kira sentiu que o beijo lhe dava vida, enchendo-a de ar, lançando ondas de paixão por todo o seu corpo e derrubando os muros de contenção que se apressara a levantar.
Não havia razão para continuar a resistir. André ganhara a batalha.
Ela desejava-o e detestava-se por ser tão fraca com ele.
Só um beijo e rendera-se por completo a ele. Com apenas um beijo, André reduzira o seu mundo a eles e ao bebé que esperara.
Mas ele ainda não sabia.
Impulsionando-se com os pés contra o fundo da piscina, André empurrou-os para cima.
E para outro confronto com André.
André era accionista maioritário do seu hotel e tinha-a totalmente nas suas mãos.
Ela devia receá-lo, mas estava convencida de que ele a protegeria, mesmo apesar de a sua intuição a avisar de que, a nível pessoal, só ela seria a perdedora.
Mesmo sabendo o perigo que corria, deixou que lhe arrebatasse o coração.
Saíram à superfície, procurando ar, com os corpos colados, o de André nu e excitado contra ela, coberta apenas pelo fato-de-banho.
– És uma excelente nadadora – ele ofegou, muito perto da sua boca.
– É um bom exercício.
Mas agora já não era a sua paixão. O seu sonho de competir em desportos aquáticos morrera há muito tempo, em princípio de forma temporária devido a uma lesão, mas, depois, de maneira definitiva por causa dos planos que Edouard tinha para ela.
Não voltaria a deixar os seus sonhos por um homem, por muito que o desejasse. No entanto, tinha de reconhecer que queria ter uma família, que queria ser amada.
André mexeu-se, elevando-a para lhe acariciar os seios através do tecido fino do fato-de-banho. Kira pôs-lhe os dedos nos ombros, tremendo e arqueando-se para trás, oferecendo a sua boca.
– Desejo-te – disse ele, mordiscando um dos mamilos com os dentes. – E tu a mim.
Kira gemeu, recusando-se a esconder ou a negar o que sentia.
– Isso é evidente.
Ele franziu o sobrolho, como se as suas palavras o irritassem.
– Mas não te farei minha, agora não.
Ouvira bem?, perguntou-se Kira.
Ele deu-lhe a resposta ao afastar-se dela, fechando a porta ao desejo que Kira vira a brilhar nos seus olhos.
– Então, o que foi isto? – perguntou ela, consciente de que tinha as faces acesas e o corpo a tremer de desejo.
– Precisava de um aperitivo – André deixou-a a flutuar na água e nadou até à beira. – Desfrutaremos do manjar completo mais tarde.
Saiu da piscina, encharcado, totalmente nu e excitado.
– Não irei para a cama contigo.
– Oh, sim, é claro que o farás – garantiu ele. – Mas esta noite preciso de descanso e de comida – disse ele, deslizando os olhos famintos pelo corpo feminino. – Agora